Muitos fatores influenciam o projeto, tais como: o clima, medidas ergonômicas, apropriação do espaço, detalhes de atividades das pessoas e, mais recentemente, os conceitos de sustentabilidade e ecodesign.
O espaço
habitável pode ser compreendido a partir da setorização funcional, esses
setores são grupos de ambientes que, com suas afinidades, criam divisões
simbólicas e microclimas dentro do imóvel. Em cada um dos setores, encontramos
áreas com diferentes funções e necessidades, que se relacionam conforme
exigências de funcionalidade, sequência lógica e circulação.
Podem ser
interligados por corredores, halls ou galerias.
Dividimos em
3 setores:
- Social:
ambientes que podem ser visitados por todas as pessoas e as atividades são ligadas
ao lazer. (Hall, estar, jantar, home theater, lavabo, varanda, quintal e
eventualmente a cozinha.)
- Serviço:
ambientes em que as atividades são de serviço, cujo objetivo é o serviço
doméstico restrito aos moradores e habitantes locais. (lavanderia, depósitos,
banheiros de serviço, dormitórios de serviço e eventualmente cozinha e
escritório.) O serviço pode incluir também atividades profissionais dos
habitantes que produzam resíduos e ruídos, tais como costura, culinária, artesanato..
- Íntimo:
ambientes restritos aos moradores e voltados a atividades de descanso. (dormitórios, closet, banheiro.) O íntimo
também pode incluir atividades profissionais dos habitantes que não produzam
resíduos, mas que necessitem de concentração e silencio, tais como um
escritório.
Você
sabia? - A origem brasileira da cozinha, ligada à herança escravocrata, conduz
esse ambiente ao Setor de Serviço. Isolada e restrita aos funcionários, a
cozinha não gerava atrativos físicos para os convidados, que nunca a conheciam.
Muitos imóveis ainda guardam essa herança, mantendo as cozinhas isoladas, como
um ambiente de segunda categoria. São bem diferentes das cozinhas “americanas”,
abertas e integradas ao Estar, portanto, pertencentes ao Setor Social da casa.
A integração não precisa ser apenas física pela comunicação visual entre os ambientes, mas pode acontecer do ponto de vista funcional e do clima do Setor, dado por CORES, REVESTIMENTOS e ILUMINAÇÃO.
A
compreensão dos setores de uma residência implica a compreensão de sua
estrutura funcional. A partir de como seus ocupantes distribuem os usos,
podemos entender e resolver nosso projeto.
- Fluxograma de conexões entre os setores da habitação.
*Acesso
externo geralmente se dá pelo setor social. Quando o acesso se dá por outro
setor, como o de serviço, por exemplo, devemos cuidar para que ao menos a
circulação seja proporcional ao maior numero de pessoas passantes por ali.
Acesso pelo setor íntimo deve ser evitado.
*O setor
social distribui os fluxos a habitação, é a partir dele que se decide ir ao
setor intimo ou ao serviço.
* O social está conectado ao íntimo, em geral, por um elemento de ligação. Corredor, escada, rampa, galeria ou apenas uma porta. Com exceção aos lofts e estúdios, em que os ambientes são contíguos. É importante preservar a intimidade; portanto, muitas vezes, há uma porta fazendo a separação física entre os Setores, permitindo que se circule sem que sejam vistos dos ambientes sociais.
* O serviço
estará sempre próximo ao social, conectados por no mínimo por uma porta (a
porta de correr é uma excelente opção). Quando não há porta, significa que o
ambiente ainda faz parte do setor social, como na cozinha americana por exemplo.
* Setor de
serviço e íntimo não estão conectados nunca, deve se retornar ao setor social
para que haja a distribuição dos fluxos.
* Lembrando
que as ligações podem ser feitas por corredores, halls ou galerias.
Referências: material de apoio ead Universidade Positivo
Imagens: Pinterest
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